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!DOCTYPE html PUBLIC "-//W3C//DTD XHTML 1.0 Strict//EN" "http://www.w3.org/TR/xhtml1/DTD/xhtml1-strict.dtd"> Nova Mensagem: setembro 2008

Nova Mensagem

Fábio V. Barreto

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quarta-feira, setembro 24, 2008

Para Ler e Pensar 125

DEVE SER HORRÍVEL SER DEUS
João César das Neves comenta sobre Deus.

EM VEZ DA MÃO INVISÍVEL TIVEMOS A MÃO DE BUSH
Leonídio Paulo Ferreira comenta as medidas do governo norte-americano para conter a crise económica.

Não votar não é ser despolitizado
Pedro Sette Câmara esclarece as diferenças entre não votar, o alheamento político e a politização.

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sexta-feira, setembro 19, 2008

Doutrinação Vermelha em Portugal‏

O nº 228 da revista Sábado (para variar, comento as notícias com atraso) trouxe uma interesatísima reportagem sobre como os livros escolares de História portugueses ocultam os massacres comunistas, promovem o anti-americanismo e condenam o capitalismo. Não consigo deixar de ver aí um interessante paralelo com a reportagem "Prontos para o Século XIX", que a revista Veja publicou, salvo me engano, no mês passado no Brasil.
A matéria de Sábado, assinada por Maria Henrique Espada, atesta que vários manuais utilizados por estudantes do 9º e 12º anos, concernentes à História do Século XX e que receberam aprovação governamental para serem comercializados, "contêm exemplos de catequização ideológica de extrema-esquerda evidente". Algo aceitável em cursos de formação/doutrinação de partidos como o PCP são vendidos como educação histórica.
A reportagem foca-se em apenas 9 exemplos escolhidos à esmo entre várias obras. Comentarei aqui 6 deles, e ficará claro o crime que se comete contra os estudantes e a educação portuguesa em geral:
1) De acordo com Caminhos da História, 12º ano, vol.I, Ed. ASA, independentemente do que se pense sobre o comunismo, a economia dos países socialistas era muito desenvolvida, a agricultura era bastante produtiva, racional, e a industrialização planificada evitou a superprodução. Bem, quem quer que conheça a realidade sabe que nesses países existia uma subprodução crónica de vários bens essenciais, subprodução ainda existente nos países socialistas remanescentes. A penúria é a regra do socialismo;
2) O mesmo livro, em seu vol. III, faz uma pesada condenação aos EUA, considerando-os uma superpotência imperialista, arrogante e unilateralista que têm reforçado estas características a partir de 1990, numa escalada de apropriação da geopolítica global. A realidade, entretanto, é que a influência norte-americana na economia mundial é, de forma geral, benéfica a muitos países, mesmo onde o anti-americanismo é forte. Além disso, em relação ao "assustador arsenal de alta tecnologia", é preciso lembrar de que não se trata de um monopólio ianque: a Rússia e a China, países muitas vezes hostis aos EUA, também o possuem, além de outros;
3) Em pelo menos 3 livros, o ditador chinês Mao Tsé-Tung é mostrado de uma forma bem diferente da real. Não como um déspota genocida ou o responsável pelo empobrecimento de um país que já poderia ser uma potncia mundial há tempos, mas como um "reformador social" que revigorou a economia chinesa, criou comunas poulares sociais auto-suficientes e era entusiasticamente apoiado pela juventude. Tudo isso com relativamente poucas ou mesmo nenhuma vítima. O facto é que o maoísmo matou cerca de 60 milhões de chineses (O Livro Negro do Comunismo), uma cifra reconhecida mesmo pelo PC chinês. Sobre isso, o especialista em política internacional Miguel Monjardino diz que "a fome levou os chineses ao canibalismo, havia bebés vendidos para serem cozidos - Mao foi o grande engenheiro da morte, foi quem, com Estaline, mais pessoas matou no século XX";
4) O livro Novo Clube de História, da Porto Editora, em sua parte 2, dedica-se a louvar o regime de Fidel Castro, apresentando-o como uma revolução originariamente democrática e que passou a ser socialista somente após o bloqueio norte-americano . As dificuldades daí advindas, segundo o manual, não impediram que o regime do "dirigente cubano" alcançasse bons resultados na saúde, na educação e na agricultura. A realidade, no entanto, diz que essa é a imagem clássica da propaganda castrista, que a educação e a saúde do país não sofreram melhoras significativas desde a Revolução, que a agricultura cubana é arcaica e ineficaz, e que Fidel é um ditador, e não um "dirigente";
5) O presidente chileno Salvador Allende preparava a instauração de um regime socialista em seus país, mas acabou por suicidar-se ante o golpe de 11 de setembro de 1973, que instituiu o regime de Pinochet. Entretanto, segundo o manual Caminhos da História, 12º ano, vol.I, Ed. ASA, ele foi um democrata assassinado durante o ataque da Força Aérea à sede do governo chileno;
6) Portugal e a UE também conhecem deturpações. A presidência portuguesa da UE é apresentada como muito bem sucedida, que reforçou as relações UE/África, bem como entre os Estados membros, além de promover um maior respeito aos direitos humanos no continente africano. A verdade é que o Tratado de Lisboa está emperrado e há várias divergncias entre os Estados membros. Além disso, o Sudão foi acusado de prática de genocídio e a situação do Zimbábue degradou-se bastante.
Como se vê, a situação é séria. Muitos jovens portugueses estão recebendo doutrinação comunista em sala de aula ao invés de instrução de qualidade, cultura sadia. É assim que pretendem assegurar o futuro da nação portuguesa, com mentiras e perversões ideológicas? É essa a "educação" escolar oferecida pelo governo José Sócrates? Tudo isso mostra que é prudente desconfiar seriamente da educação histórica escolar portuguesa.

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quarta-feira, setembro 17, 2008

Para Ler e Pensar 124

ÍNDIOS VERSUS NÃO-ÍNDIOS, OU COMO DESCONSTRUIR UMA NAÇÃO

O General Valmir Fonseca Azevedo Pereira explica como o PT divide e enfraquece a sociedade brasileira.


Olavo de Carvalho's lecture: The structure of the revolutionary mind

Donald Hank comenta o que o filósofo brasileiro fala sobre a mentalidade revolucionária.


Escrúpulos de comunista

A moralidade dos comunistas. Por Olavo de Carvalho.

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terça-feira, setembro 09, 2008

Comunismo: A História de uma Ilusão

Na semana passada a RTP 2 exibiu um documentário chamado Comunismo: A História de uma Ilusão, focando-se na história do império soviético, com incursões ocasionais na história de outros países. Apesar de muito curto (mais de 80 anos de história recente não podem ser apresentados em tão pouco tempo sem uma dose de superficialismo), o documentário é muito bom. Assistam!
1)
http://video.google.com/videoplay?docid=-3537824314868317039


2)
http://video.google.com/videoplay?docid=-4273936932091335003


3)
http://video.google.com/videoplay?docid=-4532664145833507360

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Mais do mesmo delírio‏

Reconheço: o assunto já deu no saco. Não vejo muito mais o que dizer por ora a respeito. E eu nem me lembrava direito disso até o mês passado, depois de ter flertado (na verdade, eu bem mais do que flertei,mas não me casei) por meses com a ideia. Mas o Juliano Torres insiste com seus desatinos. Aí vejo-me obrigado a replicar.

"Insistência" é o termo correto. Quem quer que leia a resposta dele à minha tréplica verá que ele praticamente se detêm em repetir os mesmos argumentos (quando não chavões e truísmos) refutados anteriormente. Por isso, dispenso-me de comentar linha por linha o que ele escreveu ontem. Não vale a pena falar com uma porta, nem dialogar em círculos. Mas faço uma notável excepção a estes 3 exertos, que considero deveras interessantes por mostrarem bem o funcionamento de uma mente desligada da realidade e seriamente afectada de revolucionarismo:


Você deve se do tipo de pessoa que acha que não acontecerá nada de novo, mas para seu desgosto, as instituições evoluem e o novo conhecimento e usado para permitir melhor bem estar, e não para glorificar a nação ou o "povo".

O anarco-capitalismo pode ser comprovado através da lógica e de diversos pequenos exemplos que ocorrem e ocorreram na história. O estado sim é contra a natureza humana, pois a função do estado é fazer com que as pessoas sejam o que elas não são, e já no anarco-capitalismo, as pessoas tem liberdade para serem o que quiser, sem entrar em contradição com sua natureza.

1) Repare-se logo no uso rasteiro e descontextualizado da expressão "evolução". "Evolução", aqui, é tomada como sinônimo de progresso. Tal identificação foi feita pela primeira vez, até onde sei, por Ernest Haeckel, um dos popularizadores da biologia darwinista. Mas, ao contrário do naturalista inglês, e inspirado pelo pensamento de sua época, Haeckel conferiu ao termo a identidade de progresso que hoje em dia, infelizmente, tornou-se um topos em várias latitudes. Sim, pois evoluir, para Darwin, era um processo arbitrário, atélico, sem um fim predeterminado. Logo não é de bom feitio utilizar tal idéia.

Também é falso dizer que "o novo conhecimento e usado para permitir melhor bem estar, e não para glorificar a nação ou o 'povo'", pois pode ser usado para vários fins. E inclusive, para a nação ou o povo, como se vê pelos movimentos nacionalistas.

2)Tá certo, então me responde o seguinte: como é que a "ordem natural" ( no dizer de Hans-Herman Hoppe), isto é, a forma normal e perfeitamente condizente com a natureza humana é justamenta aquela que só existe nas construções teóricas de meia dúzia de pessoas? Como é possível que o sistema normal de organização social seja precisamente aquele que não se encontra na generalidade das sociedades e nem mesmo ao longo dos tempos? Sim, pois ele deveria ser a regra e o Estado a exceção. O que se vê, porém, ao pesquisar a História humana, é que o Estado está normalmente presente, por meio dos mais variados arranjos (república presidencialista democrática, monarquia absolutista, monarquia constitucional, cidade-Estado monárquica, etc.), enquanto que o anarco-capitalismo ia posteriorinexiste verdadeiramente, sendo apenas encontrados alguns poucos exemplos de sociedades que existiram de forma aproximada ao anarco-capitalismo por algum tempo, sociedades essas que, além de serem poucas, estão dispersas no tempo e no espaço. Como é possível que a Humanidade inteira tenha se enganado ao longo de milênios e só agora um punhado de teóricos (dos quais o Juliano se posiciona como grande escudeiro) é que tenham percebido a verdade? Oh, que mal terrível, eu, questionando o Anunciador da Boa Nova Anarco-capitalista! Sinceramente, é preciso ser muito tolo para levar a sério essa hipótese.


Não existe meia-verdade. Se você acha que a representação polítia justifica tudo, o estado nazista foi criado pelos metodos representativo e exterminou os judeus com o amparo da lei, então você acha isso certo?

O que atrapalha a evolução espontânea para uma sociedae libertária? O ESTADO. Então é lógico que críticas devem ser feitas a ele, mas todo o pensamento liberário é relativo ao indivíduo, e não a algum suposto ente coletivo.

1) Nunca disse que a representação política justifica tudo. Deixe de vigarice!

2)De novo, o evolucionismo revolucionário juliânico. Que, aliás, enfrenta uma contradição pesada: se "evolução" é um processo arbitrário, como poderia ter um fim pré-determinado?
Mas isso não esgota, nem de longe, o problema da coisa.Fica claro no parágrafo supracitado que o Juliano entende que o anarco-capitalismo é uma aspiração geral, a que todos ou quase todos os homens nutriram e nutrem desde séculos e que só não o realizam por causa da maldade estatal. Nem pensa, por um segundinho sequer, se as pessoas realmente querem o fim do Estado (a resposta é decididamente não), ou ainda que essas mesmas pessoas cobram do Estado serviços públicos. É uma manifestação inequívoca da mentalidade revolucionária. Conforme já demonstrou o filósofo Olavo de Carvalho, '“Mentalidade revolucionária” é o estado de espírito, permanente ou transitório, no qual um indivíduo ou grupo se crê habilitado a remoldar o conjunto da sociedade – senão a natureza humana em geral – por meio da ação política; e acredita que, como agente ou portador de um futuro melhor, está acima de todo julgamento pela humanidade presente ou passada, só tendo satisfações a prestar ao “tribunal da História”'. Imaginando o hipotético futuro radioso anarco-capitalista, Juliano Torres já começa a julgar o mundo passado e presente(isto é, o mundo efectivo, real, concreto) à luz de seu projecto futurista. O futuro imaginado passa a ter uma existência "mais substancial" e a comandar retroactivamente o presente e o passado. Uma inversão total, como se vê, já que o futuro é moldade pelo passado e pelo presente; não os molda. É a inversão do revolucionária.


Claro que não; o que acontece na vida dos outros é a sua conta, não é? Você tem que resguardar o bem geral não é? Continue se fingindo de altruísta e paladino da justiça.

Esse veio como resposta ao, digamos, "entendimento" do rapaz de Direito e Justiça. Segundo o rapaz, o Direito não tem um papel social, é só algo existente entre as partes da lide. Portanto, seguindo esse raciocínio, se uma pessoa mata por aí isso é assunto pura e exclusivamente do assassino e dos assassinados. Não há nenhuma agressão à sociedade com tal acto. Aliás, "sociedade" é no mesmo uma convenção: é formada por indivíduos autistas, que, por acaso, vivem no mesmo espaço físico.

A piada ele deu-ma já pronta. Nem tem muita graça. E não há fingimento algum aí, apenas o reconhecimento da realidade.

Bem por mim é só. Mas gostaria de terminar recomendando ao Juliano que lesse alguns livros sobre a mentalidade revolucionária, como O Homem Revoltado, de Albert Camus, ou várias obras de Eric Voegelin (A Nova Ciência da Política; Science, Politics and Gnosticism, além dos artigos de Olavo de Carvalho sobre o tema. Isso faria ao rapaz uma surpresa enorme: ele veria que, com todo o seu discurso anti-socialista, ele está mais perto deles do que imagina, já que também é um revolucionário empenhado em "mudar o mundo", logicamente no sentido de "salvá-lo". Se ele ler isso direitinho, bem como as conseqüências desse pensar, creio que melhorará muito.

Também recomendaria que ele lesse mais sobre História, Direito, Filosofia e Ciência Política. Mas nada de Libertarianismo ou Anarco-capitalismo. Que procure aprender coisas distintas, sob ângulos diferentes, buscando entender com a máxima seriedade e não prejulgar em nome de alguma ideologia.

Nada disso dispensa uma boa observação nua, crua e simples aos factos da vida diária, sem as deformações ideológicas. É um bom antídoto contra o abstraccionismo. E, se for o caso, que ele busque falar com algum bom psicólogo ou psiquiatra.

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Para Ler e Pensar 123

Como o assistencialismo corrompeu a Suécia

Per Bylun mostra os efeitos deletérios da tão celebrada social-democracia sueca.

Bruno Tolentino Poeta Público

Pedro Sette Câmara comenta o grande poeta brasileiro.

Elitism is not a dirty word

Mark Swed fala do elitismo

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sábado, setembro 06, 2008

Novamente a Falácia Anarco-Capitalista

Pois é, volto ao tema. A contragosto, diga-se de passagem, já que não considero o anarco-capitalismo grande coisa e penso que fui deveras claro no primeiro artigo. Mas o Juliano respondeu-me, e não posso fingir uma indiferença que inexiste.

Quem quer que leia sua resposta, intitulada "Resposta a Fábio V. Barreto", percebe que o rapaz já começou por colocar minhas objeções de maneira solta, desconexa, que pouco esclarecem a quem as lê tal como ele, Juliano, as põe. Penso que isso mostra um pouco o funcionamento a cabeça do Juliano. Entretanto, como sou adepto da análise "linha por linha", a tomarei por referência nessa tréplica ao rapaz. Referência, pois algumas de suas colocações são tão tolas, primárias, enquanto outras consistem apenas na repetição do que refutei que me abstenho de seguir fielmente esse método. Seria um gasto de energia desnecessário. Assim, comentarei apenas os casos mais aberrantes. Quem quiser conferir na íntegra o que ele replicou, que leia o texto dele.

E agora começemos:

Primeiramente, o anarco-capitalismo não trata a sociedade como algo homegêneo e nem propoe uma sociedade ideal. O anarco-capitalismo versa sobre instituições alternativas ao monopólio da coerção existente atualmente. O anarco-capitalismo não propoe que as pessoas mudem, ele propoe que o arranjo institucional mude para se adequar a demanda dos indivíduos e acabar com a injustiça atual.

Para quem saiba o que é o anarco-capitalismo, não é muito difícil entender que ele é uma utopia, um projecto de organização social revolucionário, tal como o marxismo, o nazismo ou o positivismo. E isso porque ele teoriza sobre o inexistente, e propõe um "modelo alternativo" (tal como as outras 3 correntes supracitadas) baseado em pura especulação teorética, e não na História, na experiência ou na natureza das coisas.Toda corrente revolucionária começa por condenar a ordem vigente como intrínsecamente injusta, maligna, e propõe como alternativa um modelo radicalmente novo, distinto. O anarco-capitalismo não é diferente, como se vê pelo texto do Juliano e, melhor ainda , pelos escritos dos pensadores anarco-capitalistas, que julgam a realidade a partir de um modelo hipotético concebido por eles mesmos, tomando-o como paradigma da organização sócio-econômica da Humanidade.

Mais ainda pode ser dito: as demandas dos indivíduos podem ser satisfeitas com a existência do Estado. Isso é algo mais do que comprovado pela experiência, mas o Juliano parece ignorar isso.

Todos imposto é roubo, se não fosse roubo não seria impostos. O pagamento de impostos é copulsório e se alguém deixar de pagar será sequestrado pelo estado. Imposto é roubo porque o estado inicia agressão contra os indivíduos para obtê-lo. Na URSS não existia propriedade privada. Não entendi o porque da sua conclusão de que se imposto é roubo, então propriedadenão existe.

Para além dos erros de grafia, o rapaz começa o comentário com uma frase que é um primor do raciocínio circular. A figura dos impostos é identificada de forma axiomática como um roubo, e fim de papo.

Sim, o pagamento é compulsório. Entretanto, ninguém é "seqüestrado" por não pagar impostos. Uma pessoa recebe multas ou, em último caso, pode ser presa por não o fazer. E isso porque os impostos têm uma importante dimensão social. Se o Estado permite que os cidadãos e as empresas não paguem seus impostos, ele estimula a sonegação fiscal e conseqüentemente compromete o funcionamento de si próprio, funcionamento este que é requisitado pelos mesmos indivíduos que os anarco-capitalistas crêem defender contra o Estado.

E deixe de tolices: na URSS existia propriedade privada sim, embora em pequena escala. Cerca de 20% da economia soviética estava no mercado negro, que era privado e tolerado até certo ponto pelo Estado soviético.

E aonde está o direito de um indivíduo se negar a pagar para terceros utilizarem algo que ele não concorda? O governo é uma grande farsa onde todos querem viver as custas dos outros.

Criança, você já ouviu falar em sociedade? Sociedade opõe-se ao autismo ancap. Os invivíduos não são mundos apartados de maneira férrea uns dos outros, vivendo apenas lado a lado. Eles interegem, e têm aspirações comuns. E essas, normamente, são servidas pelos serviços públicos.

Seu entendimento de política é pueril demais. Procure entender conceitos como sociedade, pátria, nação, comunidade, etc, e depois venha discutir. Vá estudar, moleque!

Qual é a porcentagem de brasileiros que concordam com impostos de 40% do PIB? Novamente: aonde está o meu direto de não sustentar os incapazes?

O facto de a carga tributária brasileira ser altíssima não "prova" que os impostos devem ser abolidos. Quem entende do assunto sabe que eles precisam ser reduzidos, e e isso para o benefício desses mesmos brasileiros que pedem menos impostos e serviços públicos de qualidade (algo possível, nem um pouco contráditório).

Achas que sustenta incapazes? Faça pressão para que setores da sociedade exijam mudança.

A democracia não surgiu junto com o homem e nem por isso era impossível. As pessoas contrarias a democracia utilizam os mesmos argumentos certo tempo atrás.

É a revolta contra a História e a experincia, again. O motivo é óbvio: elas mostram a irrealidade do anarco-capitalismo.

Mas a revolta do rapaz prossegue: fazendo uma vaga alusão aos inimigos da democracia, ele conclui que o anarco-capitalismo é também possível, mesmo sem base real. Isso parte da premissa segundo a qual basicamente qualquer arranjo social é possível, desde que se queira. Não entra aí a natureza humana, a natureza das coisas. Baseado na sua própria vontade, o Homem pode tudo.

Quando vejo tais coisas, não consigo deixar de lembrar-me : "sereis como deuses"...

Os objetivos dos políticos e grupos de interesse são perpetuação no poder e imposição de suas vontades sobre os indivíduos. Libertários não pensam no estado, pensam nos direitos dos indivíduos.

A primeira parte é uma meia-verdade, na hipótese mais condescendente. Como o conhecimento político do Juliano é equiparável ao de um garoto da 7ª série, ele parece desconhecer completamente a noção de representação política. Ignora (?) que os políticos normalmente estão no poder justamente porque, de alguma forma, representam o poder e a ordem existente e exigido pela sociedade (para tanto, vale recordar, entre outras as noções aristotélicas das formas lícitas e ilicitas de governo). Em momento algum o rapaz parece desconfiar de que o projecto político posto em prática normalmente atende a interesses dos cidadãos, chegando mesmo a ser reclamado por estes.

Logo em seguida, ele passa à mentira pura e simples. Afinal de contas, os libertários não param de pensar no Estado, em que pese seu tão apregoado antiestatismo. Isso pode ser verificado na leitura de seus textos. O Estado está sempre lá, assim como o capitalismo e a burguesia estão sempre no pensamento dos marxistas, ou Deus na cabeça dos ateus militantes.

A ética anarco-capitalista é o axioma do Libertarianismo, ou seja, a não iniciação de agressão. Você está se esquecendo que o mercado é formado pelos indivíduos, e que o poder econômico é concedido aos indivíduos que o servem melhor, qualquer posição contrária é fracasso anunciado aos negócios de qualquer "poderoso".

A ética do anarco-capitalismo é a ética da revolta, do autismo e do dinheiro.

O mercado só funciona bem quando não é absolutizado. Uma vez tornado um fim em si, ele é tão destrutivo quanto um Estado totalitário, já que absorve todas as energias para si próprio, não deixando mais espaço para nada. Não há cultura, espírito ou ordem que não seja violentada nesse quadro.

A justiça estatal se baseia na ineficiência. As vítimas são punidas duplamente e pessoas que não tem nada a ver com a disputa são obrigadas a banca-la financeiramente. Preciso colocar alguns dados mostrando como a justiça e polícia são ineficientes?

Bem se vê que o rapazola só entende de justiça aquilo que leu em Hoppe, Rockwell ou Rothbard. Por essa concepção, o Judiciário é organizado assim:"vamos fazer uma Justiça que não funciona!" Sugestão: estude um bocado de Direito e depois venha conversar, ok?

Tanto não entende de Direito e Justiça que pensa que disputas judiciais são assuntos completamente privados às partes da lide. Seguindo semelhante raciocínio, se um sujeito cometer um crime contra o Juliano, ninguém tem nada a ver com isso, e isso não tem a menos importãncia para as outras pessoas. Burrice em elevado grau.

Quanto aos dados, ponha sim. Mas ponha dados verdadeiros. E, claro, ponha dados relativos a diversos países, como o Brasil, os EUA, o Japão, a Colômbia, a Inglaterra, a Alemanha, a Dinamarca, o Zimbábue, a Rússia, o Cazaquistão, a Austrália, a Holanda, o Chile, a Islândia, a Irlanda, Israel, Irã, etc.

Os tribunais são escolhidos apriori nos contratos. As empresas de segurança não são o estado pois você pode pararde pagá-la e contratar outra.

É, o Juliano acredita piamente que, depois de assumirem um enorme papel social, semelhante aos "antigos" tribunais estatais, as empresas de arbitragem, fortemente ligadas às milícias de mercenários, simplesmente deixariam seus "clientes" irem-se embora com seus cobres, e ponto final. Otimismo antropológico tem limite, Juliano! Essas empresas se corromperiam logo e passariam a coagir seus clientes. E, nesse quadro, quem tem mais força: um indivíduo ou um grupo de mercenários?

Se você assume que o estado é positivo, logicamente para manter a consistência você deve defender um estado mundial.

Não seja burro, rapaz! Do reconhecimento de que o Estado é necessário não decorre que um Estado Mundial (ou seja, de um governo unificando politicamente todo o globo terrestre) deve existir. Existem coisas que a ideologia ancap não considera, embora tenham enorme importância para os homens, como o patriotismo, as rivalidades históricas, as experiências acumuladas ao longo do tempo, as independências nacionais, diferenças religiosas, diferenças culturais,étnicas e lingüísticas, etc. Tudo isso é incompatível com o projecto de governo mundial. Pare de falar besteira e acorde!

O holocausto foi um suicídio do estado? Se os judeus eram o povo, e o povo é o estado, podemos considerar que o estado estava se suicidando?

Aqui o rapazola engrossa no sofisma (ou na ignorância?), já que em momento algum do meu texto eu disse que o povo é o Estado. Mentira tem perna curta, rapaz!
Noção básica empresarial: reputação é extremamente importante para uma empresa, ainda mais uma empresa do setor de segurança.
Esse comentário foi feito quando argumentei que "se os violentos pagam bem à agência, ela segue subsistindo, e pode mesmo enriquecer", sobre a provisão de segurança no anarco-capitalismo. Confesso que, ao ler isso, sigo em dúvida se o Juliano é néscio ou ingênuo. Desde quando um criminoso violento se preocupa com "reputação empresarial"? Vejam se o Marcola ou o Fernandinho Beira Mar querem saber dessas coisas. Aliás, no anarco-capitalismo, que impede os próprios bandidos de montarem sua própria empresa de segurança? Em parte, já fazem isso, visto que os grandes criminosos já contam com diversos subalternos armados (às vezes, mais bem armados do que as forças de ordem. Isso para não falar do know-how que já possuem sobre combate, assaltos e, principalmente, armas.
Alguém pagar um serviço a uma empresa é bem diferente de ser roubado pelo estado e ser obrigado a pagar por algo que não deseja.
Aqui, faço minhas as palavras do meu amigo Conde Loppeaux da la Villanueva:
"Conde-Primeiramente, a segurança não é um capricho privado, mas um pressuposto básico da convivencia social e política. Se alguém te mata na rua, não é problema só seu, mas da comunidade, já que se um sujeito pode matar um, pode matar dois, três, quatro e assim por diante. . ."
A tréplica acabou por sair maior do que eu previra. Pensando bem, vou rever também outra coisa que disse no começo do texto: a partir de agora, darei cada vez mais atenção ao anarco-capitalismo. Não por seu valor intelectual ou por considerar seriamente suas propostas, mas porque estou cada vez mais interessado nos estudos sobre a mentalidade revolucionária, e o anarco-capitalismo, sem a menor sombra de dúvida, é um dos mais novos capítulos dela.

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quarta-feira, setembro 03, 2008

Já é quarta-feira, dia 3 de setembro, e o movimento não voltou plenamente à cidade. Coimbra antes hibernava; hoje adormece. Creio que menos do que a metade dos estudantes e habitantes da cidade já regressou. Isso talvez deva-se ao novo sistema de matrículas, que separa por dias os alunos de cada ano, bem como permite matrículas até o dia 12. A Aulédia, a açoriana que mora no mesmo apartamento que eu, só volta no dia 11.
Bem, veremos. Acorda, Coimbra!

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