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!DOCTYPE html PUBLIC "-//W3C//DTD XHTML 1.0 Strict//EN" "http://www.w3.org/TR/xhtml1/DTD/xhtml1-strict.dtd"> Nova Mensagem: março 2008

Nova Mensagem

Fábio V. Barreto

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terça-feira, março 25, 2008

Olavo de Carvalho na Leonardo

Olavo de Carvalho tem um novo texto publicado em Portugal. Dessa vez, é um enorme artigo (dizem que um capítulo de seu livro em elaboração A Mentalidade Revolucionária) intitulado "Maquiavel ou a Confusão Demoníaca" publicada na Leonardo, Revista de Filosofia Portuguesa. Não percam!

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domingo, março 09, 2008

Para Ler e Pensar 117

A internacionalização do engodo

Olavo de Caravlho comenta a estúpida crítica de Conor Foley ao filme Tropa de Elite.

A perene virgindade de Maria

Rodrigo Pedroso fala da importância da Virgem Maria para o entendimento do cristianismo.

Virilidade

Norma Braga pede virilidade aos homens.

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sábado, março 01, 2008

Movie Review: Tropa de Elite, de José Padilha‏



Na mesma linha dos livros, resolvi comentar cá os filmes que me interessem deveras. Escolhi como primeiro o famoso (e polêmico) Tropa de Elite, de José Padilha.
No segundo semestre de 2007 eu estava cá em Coimbra quando, por meio dos brasileiros de aqui, ouvi falar de um filme brasileiro "muito bom", na opinião deles, entitulado Tropa de Elite, que fazia enorme sucesso no Brasil antes mesmo de ser lançado, graças à pirataria. Não dei muita atenção, pois nunca fui muito fã do cinema nacional. Também falavam muito num tal de BOPE, algo que também não sabia do que se tratava.
Entretanto, acumulavam-se os comentários, sempre bons. Quando o filme foi tema de um tópico de uma excelente lista de discussões via e-mail da qual faço parte, foi elogiadíssimo como espetacular, politicamente incorreto e de direita. Vi umas cenas na internet e me convenci:tinha de o assistir o quanto antes. Mas o sucesso da película foi de tal monta que a FLUC o exibiu, em 8 de novembro de 2007. Fui assistir, ansioso.
Só confirmaram-se os comentários: Tropa de Elite é, de facto, um filme sensacional, arrebatador, politicamente incorreto e direitista, embora tais duas últimas características ele as tenha não intencionalmente.
O ENREDO DA TROPA
A história narra a guerra entre traficantes de drogas e a Polícia Militar do Rio de Janeiro a partir do ponto de vista da polícia, mais especificamente do do Capitão Roberto Nascimento (vivido pelo ator Wagner Moura), da Equipe Alfa do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), a tropa de elite da PM fluminense. Nascimento é um policial honesto, sério, dedicado, e um chefe de família que vive um dilema: precisa deixar seu cargo no Batalhão pra recuperar sua saúde psicológica e cuidar de seu filho que estápara nascer, junto com sua esposa, ao mesmo tempo em que tem de levar a cabo uma operação para pacificar o Morro do Turano por ocasião da visita do Papa ao Brasil (o enredo passa-se em 1997) e procurar um substituto à sua altura. Acontece que não é fácil encontrar alguém apto a ser um capitão do BOPE, e Nascimento exige que seu substituto seja determinado, competente e honesto como ele. No mínimo.
Paralelamente, acompanhamos a história de Neto e Matias, dois jovens policiais novatos da PMERJ. Neto, interpretado pelo ator Caio Junqueira,é impulsivo, idealista e entrou para a polícia para combater o crime. Matias, vivido pelo ator André Ramiro, é mais racional, ponderado, e juntou-se à PM com o intito de aplicar a lei. Essa mesma aspiração legalista o faz ingressar na Faculdade de Direito. Para ele, o policial e o advogado têm funções parecidas.
Apesar destas diferenças, os dois são amigos de infância e policiasi dedicados e incorruptíveis. E eles têm seu caráter posto à prova logo que se iniciam no trabalho policial, devido à corrupção reinante, ao descaso dos governantes e comandantes da PM em relação à segurança pública e ao facto de serem-lhes confiadas tarefas menores, onde não podem realizar seus objetivos profissionais. Além disso, Matias sofre uma pressão extra, ao ter de lidar com as opiniões antipoliciais de seus colegas de faculdade, jovens de classe média alta, alguns dos quais ligados ao tráfico de drogas tanto como consumidores como voluntários de uma ONG sediada numa favela e controlada pelos traficantes locais.
Se a corrupção policial é um tema comum no filme, é ela também quem fará com que os destinos de Neto, Matias e Nascimento se cruzem. Todas as sextas-feiras os PMs corruptos do filme sobem o Morro da Babilônia para buscarem o "arrego" - a propina que os traficantes pagam à esses policiais para que "peguem leve" na luta contra o tráfico. Desta vez, vai com eles , contra a própria vontade, o capitão Fábio Barbosa, um corrupto suspeito de ter tomado, dias antes, outro arrego do coronel da PM, suspeita esta improcedente. Ao saber do esquema, Neto chama Matias para irem em segredo à Babilônia para frustrarem os planos do coronel. Flagrando os colegas corruptos quando estes negociavam com os traficantes no meio de um baile funk, Neto, a partir de uma elevação distante na favela, dispara contra um dos bandidos, matando-o. Abruptamente interrompe-se a festa e inicia-se uma guerra. O tráfico na favela mostra sua garras e ataca os policiais, matando um dos corruptos, alvejando violência cariocaa viatura em que vinham, acuando os restantes e perseguindo Neto e Matias. Mas os dois acabam encurralados noutra parte da favela, com munição escassa e bandidos fortemente armados atirando contra eles.
Nessa hora crítica, um dos PMs telefona ao coronel e, desesperadamente, implora para que ele chame o BOPE. Nascimento e sua equipe estavam relativamente próximos ao local e para lá se dirigiram. São recebidos com aplausos pelos PMs,e logo mostram sua autoridade e competência, invadindo a favela, acabando com o tiroteio (inclusive matando o "dono do morro") e resgatando os policiais. Salvo pelo BOPE, Neto vê nos Homens de Preto a polícia com a qual sempre sonhou e decide se inscrever no curso do Batalhão. De quebra, leva Matias junto.
E os dois lá estavam, junto com o capitão Fábio e mais dezenas de PMs, na aula inaugural. Para entrar no BOPE, é preciso fazer um curso composto de duas fases: uma primeira bastante pesada, intensa e agressiva, de resistência física e aulas teóricas sobre combate; e uma segunda mais específica para ações policiais. Segundo o Capitão Nascimento, isso é necessário: "os nossos homens são treinados na base da porrada. Para entrar para o BOPE, o cara tem que mostrar que agüenta pressão. Para combater o tráfico, é preciso agüentar tudo.". O objetivo de tal dureza é eliminar os fracos e os corruptos logo, especialmente esses últimos, os quais já entram no curso marcados para serem rejeitados. Essa parte do filme é uma verdadeira aula de como se cria uma força policial séria e eficiente, uma verdadeira tropa de elite. Memorável a saída do capitão Fábio: desgastado, humilhado, ainda teve de ouvir do Capitão Nascimento: "o seu lugar é com puta, cafetão e clínica de aborto! No BOPE, não entra polícia corrupta!".
Começa a segunda fase do curso, onde os oito aspirantes remanescentes aprendem a "matar com eficiência e dignidade.". Há um intervalo entre as duas fases e Matias aproveita para retornar à faculdade - quando tem de enfrentar a raiva de Maria (personagem da atriz Fernanda Machado), sua namorada, e os outros colegas da faculdade, que foram ameaçados por Baiano, o "dono do morro" onde a ONG em que trabalham funciona. Baiano, ao saber que eles eram amigos de um PM, exigiu que escolhessem entre ele e Matias; e os universitários não tiveram dúvidas em se posicionar ao lado do traficante. Maria rompe com Matias.
Já admitidos no BOPE, Neto e Matias dedicam-se com afinco. Neto participa da Operação João Paulo II e mostra-se bastante eficiente e dedicado, mas desentende-se com Nascimento devido ao seu temperamento impulsivo.
Acontece que chega o dia em que Matias tem de subir à favela de Baiano para entregar um par de óculos à um menino míope favorecido pela ONG. Como não pode ir, Neto vai em seu lugar. Sabendo da subida do policial à favela, Baiano arma uma emboscada e atira em Neto, mas não o mata, ao saber que ele é do BOPE, preferindo abandoná-lo num lugar ermo. Neto morre no hospital.
Por esta altura, Baiano e seus homens matam brutalmente um casal de estudantes que trabalhava na ONG. Isso motivou uma "passeata pela paz" na universidade, um ato prontamente turbado por um irado Matias, que jogou na cara dos manifestantes a hipocrisia deles, a parcela de culpa que tinham pela violência que agora condenavam e pela morte de Neto.
Mas ninguém mata um homem do BOPE impunemente. Nascimento, convencido de que só pode deixar o Batalhão após vingar a morte do caveira novato e encontrar um suviolência cariocacessor à altura, junta sua equipe e sai no encalço de Baiano. Temos aí uma sucessão de ações espetaculares dos Homens de Preto na favela, usando de muita habilidade, força e intimidação contra os moradores (o próprio Nascimento reconhece que a sua atitude não era correta), até que acabam por encontrar Baiano. Alvejado à distância pelas costas, o traficante agoniza. Nascimento declara o fim de Baiano e reconhece já poder voltar à família, pois Neto será vingado e ele, afinal, encontrara um precioso sucessor. Ele passa uma escopeta à Matias para que ele faça justiça à Neto. Já despido de ilusões e idealismos, ante um desesperado Baiano, Matias o acerta na cara, encerrando assim o filme.
UMA BOMBA POLITICAMENTE INCORRETA
Tropa de Elite, sem dúvida alguma, foi uma bomba na cena cultural brasileira em 2007. Concebido para ser um relato da violência carioca a partir do ponto de vista da polícia com o velho ingrediente da crítica antipolicial, o filme despertou na grande maioria do público uma reação imprevista (e, arrisco dizer, mesmo indesejada) pelos realizadores: uma admiração enorme, intensa pelos Homens de Preto, especialmente pelo personagem central, que os simboliza, o Capitão Nascimento. Nascimento foi alçado, pela enorme maioria dos espectadores, ao patamar de mais novo herói nacional brasileiro. O povo brasileiro adorou o personagem de Wagner Moura, e não sem razão: Nascimento é a verdadeira reserva moral da nação. Nele mesclam-se as figuras do chefe de família leal e dedicado, do policial corajoso e destemido, e do homem íntegro e reto de caráter. É, enfim, o homem modelar de acordo com os valores da maioria da população brasileira. E essa admiração, como disse anteriormente, é compartilhada com o BOPE, criando uma verdadeira "bopemania" pelo Brasil afora, com o Batalhão sendo alvo de várias reportagens, de toda forma de merchandising e de todo tipo de conversas e discussões. Os "caveiras", sem qualquer dúvida, caíram no gosto popular.
Mas eu disse, atrás, que o filme gerou polêmica, e não há polêmica se não há controvérsia. Ao mesmo tempo em que recebeu tantos aplusos, Tropa de Elite foi duramente criticado pelos letrados esquerdistas, pelo pessoal progressista do show bussiness, por grupos de defesa dos direitos humanos, por blogueiros de esquerda, e similares. Para essa gente, foi imperdoável o fato de José Padilha ter feito um filme sobre a violência carioca no qual os bandidos são bandidos, e não inocentes "vítimas da sociedade injusta"; no qual estudantes "com consciência social" são cúmplices e financiadores do tráfico de drogas e, por tabela, dos crimes cometidos em concurso¹; no qual policiais se dividem entre os corruptos e omissos, e os honestos e dedicados, que sofrem o diabo com o acosso do crime e das mazelas de seus corruptos colegas de corporação. Não aceitam uma película que destoe de seus preconceitos ideológicos. Não digerem, enfim, o realismo do filme.
Entretanto, tiveram de engolir sua bravata frente à alta qualidade da película, ao estrondoso sucesso popular e, mais recentemente, à premiação do filme no Festival de Berlim. Agora fica ainda mais clara a parvoíce feita ao preterir Tropa de Elite à candidatura ao Oscar em favor do filme de Cao Hambúrguer, bem como a miséria intelectual e moral desses bem-pensantes.
Misto de documentário e obra de ficção, Tropa de Elite já é um marco do cinema nacional. Um filme ótimo, bem feito, e realmente contestador; contestador, ainda que sem querer, do politicamente correto que ocupa largos espaços e cujos próceres, em que pese o facto de desfrutarem posições privilegiadas, adoram posar de outsiders em relação à uma cultura oficial inexistente, para que ninguém perceba que a verdadeira cultura oficial é a criada por eles. Capitão Nascimento neles! Caveira, Capitão!
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1- Uma das minhas cenas favoritas é aquela em que o Capitão Nascimento estoura, junto com seus homens, uma boca de fuma na favela. Ele bate na cara de um estudante que por lá estava e pergunta: "quem matou esse cara aqui?", referindo-se a um bandido alvejado pela polícia. O rapaz responde que foi um dos policiais e recebe mais porrada ainda, até que Nascimento diz, com raiva: "Quem matou esse cara aqui foi você, seu maconheiro! É você quem financia essa merda aqui!". É, talvez,a parte mais didática do filme.

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Olavo de Carvalho na Revista Atlântico

No fim de janeiro decidi comprar o número do mês da revista Atlântico, uma revista portuguesa de debates culturais. Busquei-a, basicamente, porque sabia que o Pedro Sette Câmara havia publicado um artigo nela. Um bom artigo, sobre a CPMF, como vi depois. Mas checando o índice, vi que havia uma entrevista...ao Olavo de Carvalho! Fiquei surpreso e feliz. E mais feliz fiquei ao lê-la. O Bruno Garschagen fez uma bela entrevista, que eu compartilho com vocês. Aí vão uns trechos:
O que é e há quanto tempo desenvolve os estudos sobre a mente revolucionária?
É uma longa história. Esse estudo surgiu da confluência mais ou menos acidental de duas investigações independentes que eu vinha desenvolvendo desde os anos 80. A primeira diz respeito às definições de direita e esquerda. Por um lado, havia uma tendência, na mídia e nos debates públicos em geral, de minimizar ou até negar explicitamente a diferença entre direita e esquerda. Essa tendência tornou-se ainda mais forte depois da queda da URSS. Por outro lado, a esquerda assumia cada vez mais orgulhosamente sua identidade, ao mesmo tempo em que a sua influência política se tornava cada vez mais dominante. A direita, por seu lado, se encolhia numa timidez abjecta, negando sua própria existência, escondendo-se sob o rótulo de “centro” e copiando cada vez mais o vocabulário e a forma mentis da esquerda.
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Denomino paralaxe cognitiva o deslocamento, às vezes radical, entre o eixo da construção teórica de um pensador e o eixo da sua experiência humana real, tal como ele mesmo a relata ou tal como a conhecemos por outras fontes fidedignas. Raro e excepcional na Antiguidade e na Idade Média, esse deslocamento começa a aparecer com frequência cada vez mais notável a partir do século XVI, dando a algumas das filosofias modernas a aparência cómica de gesticulações sonambúlicas totalmente alheias ao ambiente real em que se desenvolvem.
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O salazarismo foi uma estranha mistura de conservadorismo cristão com elementos extraídos do fascismo, o qual é, sem a menor sombra de dúvida, uma ideologia revolucionária. A característica das ideologias revolucionárias é ter um “projecto de sociedade”, em vez de respeitar a sociedade existente e tentar aperfeiçoá-la na medida modesta das possibilidades humanas e com a cautela que a prudência recomenda.
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Fico contente em ver um intelectual do porte de Olavo de Carvalho ter a oportunidade de ser ouvido noutro país. Espero que ele seja cada vez mais divulgado mundo afora.

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