Pérolas escritas por dois leitores do jornal O Globo, publicadas no dia 09 de Março, por ocasião da visita do presidente Bush ao Brasil. Não divulgarei o nome dos autores das missivas,mas ei-las, urbi et orbi:
“Gostaria de informar ao sr. George W. Bush que ele está visitando um país sem guerra e muito mais pacífico que o de onde ele vem. Favor não confundir o Brasil com Iraque ou Afeganistão. Este aparato de fechar espaço aéreo, fechar ruas, colocar canhão antiaéreo no aeroporto fechado e atiradores de elite pelo percurso, será que é para abater alguém? Somente num país em guerra!”
O Brasil é um país sem guerra? Bem, é sem guerra declarada. Mas como dizer que um país que ostenta uma taxa média de 50000 homicídios por ano; um país cujo governo protege uma entidade criminosa como o MST e onde as FARC entram quase que livremente seja um país livre de guerras e pacífico? Acorde,meu senhor! O senhor não está falando da Suíça, de Luxemburgo ou de Portugal. É do Brasil mesmo.
“O presidente Bush não foi convidado a vir ao Brasil. Não importa: Bush comunicou que vinha, e convocou Lula para entrevistar-se com ele em seu hotel em São Paulo. Avisou que não quer tratar da redução de barreiras tarifárias contra produtos brasileiros. Precisamos mesmo de tanta humilhação? E há quem reclame de anti-americanismo no Itamaraty... E que parceria é essa na produção de etanol, exatamente um de nossos produtos que têm acesso limitado ao mercado americano pela aplicação de tarifas punitivas? Só falta Lula e comitiva serem revistados pelo serviço secreto de Bush antes de serem admitidos à presença de Sua Majestade Imperial Bush II.”
Não há humilhação alguma em ele vir àqui, ô mané! Mas, diz cá uma coisa: acaso sabes como se preparam encontros entre chefes de Estado? Ao que parece não. Então,porquê não ficou calado? Ou então poderias ter feito o seguinte: ter escrito uma cartinha sucinta para o jornal dizendo simplesmente o seguinte: "O Bush vem ao Brasil e estou detestando isso! Não gosto dele."Seria muito mais honesto, não achas?
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