7 de Setembro
Eu não poderia deixar de falar do 7 de setembro. Sem a menor vontade de me alongar muito sobre o patriotismo que essa data nos lembra, e nem quanto à minha posição à respeito, encontrei esse texto bocó comunidade Política e Governo, que gostaria de comentar aqui á título de “post dedicado ao Dia da Independência”:
Patriotismo, UMA PIADA??? (pra quê??)
Patriotismo, UMA PIADA??? (pra quê??)
Somos um povo sem uma história vitoriosa advinda de vontades dos verdadeiros donos do poder. Num sentido minimalista Portugal, França, Inglaterra, EUA. Todos eles influenciando nosso capital e mentes.
O Brasil, de fato, não é um exemplo de país vitorioso. Aliás, em muitas coisas, é um verdadeiro anti-exemplo de país. É um país inculto, corrupto, da religiosidade morna e da valorização da superficialidade. Todavia, é balela isso que que o culpado (ou os culpados) por nossa triste situação sejam Portugal, França, Inglaterra, EUA, ou quem mais seja. O culpado, o culpado maior, somos nós mesmos, nós brasileiros, que fazemos esse país. Nós que pouco nos esforçamos para vencer a ignorância, que confundimos cultura popular com cultura erudita, que achamos que criaremos uma cultura de grande valor através de rebeliões nativistas e populistas patéticas ao invés de inspirar-mos-nos nas criações universais de grande valor e que queremos que o Estado seja uma mãezona que nos protege de tudo (especialmente do tão temido mercado e da “odiosa” economia privada) à troco de nada. O próprio hábito de muitos brasileiros de projectar seus problemas em outros países já é um sintoma de uma debilidade enorme de entender as causas dos próprios males e de remediá-los.
Somos um povo sem história honrosa, nunca conquistamos nada de moral fundamento, independência, república e liberdades democráticas foram conseguidos por acordos e revoltas por justiça suprimidas a ferro e a fogo.
Talvez as páginas da História do Brasil não sejam tão belas quanto parecem ser as da História dos EUA, da Suíça ou da Islândia. Mas o autor do post deveria se lembrar que o Brasil, da mesma forma que não construiu um democracia sólida e invejável, também nunca experimentou o totalitarismo, ao contrário da Alemanha, Rússia, Polônia, Romênia, Itália, Cuba, China, Laos, Coréia do Norte, entre outros. Nunca tivemos um conflito da dimensão das guerra civis americana, inglesa, espanhola ou russa. Nem mesmo a Revolução Francesa. Isso não quer dizer que não tivemos momentos sangrentos na nossa História. Tivemos sim, mas nunca nesse porte. E isso é algo de que um brasileiro deve se orgulhar.
Somos um povo sem Heróis, assim engrandecemos Generais (Deodoro da Fonseca, Duque de Caxias...), Um ou outro presidente, o próprio tiradentes (o elo mais fraco da conspiração) e por não termos heróis os nossos acabam sendo jogadores de Futebol.
Não há mal nenhum em valorizar um general. Por que haveria? O fundador dos EUA, George Washington, foi um general, e é considerado um dos maiores americanos de todos os tempos (para alguns, o maior). Os americanos também valorizam muito Eisenhower, Mac Arthur, Robert Lee, além de outros grandes militares do país. Muitos franceses admiram o generais Charles de Gaulle e Joseph Joffre. Não poucos britânicos admiram os também militares Winston Churchill, Bernard Montgomery e Horatio Nelson. Não vejo porque nós brasileiros deveríamos ser diferentes. Acaso o autor não conhece a nobreza do Duque de Caxias frente ao agressor paraguaio? Ou diz isso apenas por desprezo puro e simples aos militares?
Nossa adoração por ídolos do futebol vem de nossa confusão na escolha de nossas prioridades. Como o Brasil é um país sem cultura e que valoriza muito o que é típico, nativo, os jogadores de futebol acabam por ocupar o lugar que é de justiça à José Bonifácio, Duque de Caxias, Rui Barbosa, entre outros.
Nossa adoração por ídolos do futebol vem de nossa confusão na escolha de nossas prioridades. Como o Brasil é um país sem cultura e que valoriza muito o que é típico, nativo, os jogadores de futebol acabam por ocupar o lugar que é de justiça à José Bonifácio, Duque de Caxias, Rui Barbosa, entre outros.
Somos um povo sem identidade, somos africanos (aprisionados e escravizados), europeus (a mando dos senhores, pobres sem perspectiva, presos, prostitutas...) e asiáticos (fugindo de suas guerras) que forçados a virem pra cá trouxeram suas crendices e costumes fazendo quem somos hj.
Erradíssimo! Somos um povo de identidade mesclada. Brancos, negros, índios e orientais. Verdade quem nem todos os que para o Brasil foram eram boas pessoas. Mas isso nos faz “sem identidade”? Somos incapazes de melhorar, aprendendo com os erros do passado? Pelo autor, parece que sim.
Noto também que ele lamenta que os que para o Brasil foram levaram suas crenças e costumes. E eu pergunto: acaso poderia ser de outra forma? Como qualquer grupo imigrante em qualquer lugar do mundo, eles levaram seu modo de ser. Por que no Brasil seria diferente ou mesmo porque isso seria ruim para o Brasil?
Erradíssimo! Somos um povo de identidade mesclada. Brancos, negros, índios e orientais. Verdade quem nem todos os que para o Brasil foram eram boas pessoas. Mas isso nos faz “sem identidade”? Somos incapazes de melhorar, aprendendo com os erros do passado? Pelo autor, parece que sim.
Noto também que ele lamenta que os que para o Brasil foram levaram suas crenças e costumes. E eu pergunto: acaso poderia ser de outra forma? Como qualquer grupo imigrante em qualquer lugar do mundo, eles levaram seu modo de ser. Por que no Brasil seria diferente ou mesmo porque isso seria ruim para o Brasil?
Somos um povo que desconhece profundamente sua história política e que possui 1/3 de miseráveis (classe D, 55 milhões) sendo o SEGUNDO país de maior desigualdade NO MUNDO e ainda assim somos o mais rico da América Latina.
Isso dentre Muitas e muitas coisas que já renderam livros e livros...
Isso dentre Muitas e muitas coisas que já renderam livros e livros...
Desconhecemos nossa história sim, fruto do desprezo pelo conhecimento que mencionei lá atrás. Mas, não se pode comemorar a independência do país porque ele é pobre? Quer dizer que comemoração da independência é coisa para ricos? Deveria dizer isso aos africanos, para ver o que se passa. A falta de lógica do autor do texto é incrível.
ENQUETE:
Patriotismo? Pra que? Por quem?
O patriotismo é um sentimento comum do ser humano. Sendo ele um animal político, é compreensível que tenha amor ao seu torrão natal, isto é, à sua pátria. Não é um instrumento utilitário o patriotismo.
O patriotismo é um sentimento comum do ser humano. Sendo ele um animal político, é compreensível que tenha amor ao seu torrão natal, isto é, à sua pátria. Não é um instrumento utilitário o patriotismo.
O que é ser patriota? Amar as coisas do país?
Sim. Preocupar-se com ele e amá-lo, apesar de, muitas vezes, ele não paracer digno de amor.
Sim. Preocupar-se com ele e amá-lo, apesar de, muitas vezes, ele não paracer digno de amor.
Ter orgulho em ser brasileiro (já repararam que só se sente orgulho em ser brasileiro no esporte?)?Vencer a copa do mundo não nos faz melhores e ser brasileiro deveria ser muito mais.
Verdade. O que mostra o vício do patriotismo brasileiro atual, não do patriotismo em si.
Verdade. O que mostra o vício do patriotismo brasileiro atual, não do patriotismo em si.
Existe necessidade em sermos patrióticos?
Qual o benefício que nos trás ou nos traria?
Será que ao sermos patrióticos estaríamos nos fechando aos interesses internos e nos esquecendo dos interesses globais?
Bem que demorou para aparecer o discurso coletivista mundial, que considera os tais “interesses globais” como mais reais e legítimos do que os interesses reais. Esse pessoal tem razão em ser contra todo e qualquer patriotismo. É que o patriotismo, por sua própria natureza, é uma barreira ao coletivismo mundialista, que procura dissolver os países e seus povos numa combinação onde nada tenha mais sua identidade, além daquele que for desejada pelos projectistas sociais.
P.S.: Sugiro que o autor do tópico leia, entre vários livros de História do Brasil, as obras O Futuro do Pensamento Brasileiro e O Imbecil Coletivo I, ambas do Olavo de Carvalho. Pode ajudá-lo a refletir melhor sobre o povo e a cultura brasileiras.
Bem que demorou para aparecer o discurso coletivista mundial, que considera os tais “interesses globais” como mais reais e legítimos do que os interesses reais. Esse pessoal tem razão em ser contra todo e qualquer patriotismo. É que o patriotismo, por sua própria natureza, é uma barreira ao coletivismo mundialista, que procura dissolver os países e seus povos numa combinação onde nada tenha mais sua identidade, além daquele que for desejada pelos projectistas sociais.
P.S.: Sugiro que o autor do tópico leia, entre vários livros de História do Brasil, as obras O Futuro do Pensamento Brasileiro e O Imbecil Coletivo I, ambas do Olavo de Carvalho. Pode ajudá-lo a refletir melhor sobre o povo e a cultura brasileiras.
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