Ainda o Olavo de Carvalho
Hoje (ou melhor, convencionalmente hoje) fazem 7 anos que acompanho o Olavo de Carvalho. Convencionalmente, já que não li o artigo que me motivou-o a fazê-lo no dia da sua publicação, mas uns 3 dias depois.
A primeira vez que tomei contato com ele foi num artigo publicado num livreto das Forças Armadas, lançado por ocasião dos 35 anos do golpe de 64. Naquela época, ainda infectado com o esquerdismo escolar, eu via o regime militar como um terror inacreditável, comparado ao nazifascismo. Meu pai sempre discordou dessa visão e, tendo um amigo e colega de trabalho militar reformado, passou-me o referido livreto para que eu o lesse. Como me interesso por história, li.
Essa leitura mexeu bastante comigo. Foi a primeira vez que li algo alternativo ao que lia e ouvia na escola. E lá constava um artigo do Olavo, encerrando a pequena brochura, onde o filósofo dizia inexistir uma direita no pais ( coisa que discordei na época) e apresentava as vantagens do regime de 64 em relação ao estado de coisas no Brasil em 1999, ano da publicação.
Não havia nenhuma referência sobre quem era Olavo de Carvalho. Pensei então tratar-se de algum milico. No ano seguinte, folheando uma edição passada da revista Época, encontrei o artigo Longe de Berlim, fora do mundo, sobre a Nova Ordem Mundial, e nele vi o Olavo ser chamado de filósofo. Isso me surpreendeu deveras, pois os meios humanísticos brasileiros são maciçamente esquerdistas e ver uma opinião divergente era um alento. A partir daí, aqui, acolá, lia um artigo dela na mesma revista.
Aconteceu que, pouco mais de 1 mês depois tive de ir à dentista. Na sala de espera, passando por várias edições de Época, encontrei a do dia 22 de Julho. Nela havia uma reportagem sobre o comunismo hoje em dia, mostrando quem ainda acreditava nessa ideologia nos tempos atuais. Logo após ela, estava o artigo A velha alucinação, do Olavo. Para mim, era óbvio que funcionava como uma espécie de comentário ao conteúdo da reportagem. Li a ambos na ordem devida.
O ácido que Olavo derrama sobre os comunistas nesse artigo, para mim, foi algo inacreditável. Impressionei-me com tal coragem e força na imprensa brasileira, num país onde “ser de esquerda” ainda tem um ar de glamour.
Desde então, acompanho o filósofo firmemente. Já discordei dele, já aprendi muitas coisas das quais não tinha o menor conhecimento. Não concebo minha vida intelectual sem a enorme ajuda que o autor d’ O Jardim das Aflições, mesmo não intencionalmente, me deu. Olavo de Carvalho, para mim, é um dos maiores pensadores que o Brasil já teve.
Parabéns, Olavo! Continue assim!
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