Em Berlim
Mas com a breca! Há quanto não prossigo meu relato de viagens!
Finalmente, Berlim, a capital da República Federal da Alemanha. Nosso último ponto num mochilão que parecia mais não ter fim. Já estávamos no finalzinho de novembro, mas não me lembro em qual dia realmente chegamos. Lembro-me bem de que estávamos cansados, felizes, mas cansados, já com bastante vontade de retornarmos à Salamanca. Mas não perderíamos Berlim. Queríamos conhecer-la bastante, e capitais são do molde a serem cidades interessantes.
E, de fato, foi. Chegamos mesmo a considerar Berlim como a cidade mais interessante quer havíamos então conhecido, lugar antes reservado à Amsterdã.
Chegamos à capital alemã pela noite. Na estação de trem,um episódio insólito: um mendigo (sim,a Europa tem mendigos,embora muito menos do que o Brasil) veio nos pedir dinheiro. Em alemão, naturalmente. Meu amigo respondeu, em inglês, que não falava alemão e o pedinte, prontamente, refez seu pedido - em inglês! Ficamos boquiabertos com o que vimos. Meu amigo não teve saída senão atender ao pedido do mendigo.
Fomos em busca do nosso hotel. Era, para variara, um pequeno e simples hotel, localizado na parte leste da cidade, na antiga Berlim Oriental. Perceptível é o desnível entre as duas partes da cidade outrora dividida. Sim, a parte leste é bem mais pobre a atrasada do que a parte oeste.
Berlim, a segunda cidade mais populosa da União Européia é, de fato, maravilhosa. Seu enorme tamanho não constitui, porém, obstáculo a quem a deseja conhece-la a pé. A cidade é bem sinalizada, dispõe de um ótimo sistema de metrô, além de ter um povo bastante educado e prestativo. Isso tornou mais fácil seu desbravamento.
Conhecemos, como não poderia deixar de ser, o Reichstag, o prédio do parlamento alemão, que agora, como instituição, chama-se Bundestag. Belíssimo,imponente, foi destruído por Hitler nos anos 30 e posteriormente reconstruído.Ironicamente, a alguns metros dele, estão as ruínas do bunker no qual o Führer se suicidou em 1945. Do alto do Reichstag se pode ter uma belíssima vista panorâmica da cidade.
Conhecemos também o Monumento à Vitória , maravilhoso obelisco coma imagem da Vitória no topo, que fica na mesma avenida (embora bem afastada) que nos leva diretamente ao Portão de Brandemburgo (Brandenburger Tor),visita obrigatória em Berlim. É um enorme Arco do Triunfo, constituído de 12 colunas ao estilo dórico, 6 em cada lado. Seu desenho é baseado no Propileus da Acrópole de Atenas. O Portão foi testemunha de uma série de eventos históricos, como a invasão napoleônica, a ascensão do nazismo e o muro de Berlin, que passava há poucos metros dele. Na lojinha do Portão,comprei uma lasquinha do Muro (não podia perder essa oportunidade histórica, também tenho meu lado consumidor,não?).
Passamos também pela Igreja Memorial Kaiser Wilhelm, igreja destruída na II Guerra Mundial que desse modo permaneceu como lembrança dos horrores da Guerra.
Ainda nos Horrores da Guerra, não deixamos de visitar o Monumento ao Holocausto, construído já no século XXI. São vários blocos de concreto dispostos de forma semelhante a um labirinto. A sensação de estar dentro dele é triste, abatedora. Mas ele possui também um museu subterrâneo com muitas informações sobre o Holocausto em vários países da Europa.
Visitamos ainda, e sem dúvida visitaríamos, os restos do muro de Berlim. Não existe quase nada mais dele por lá, apenas uns restos miseráveis e pouco sinalizados. Pude constatar ao vivo talvez o maior símbolo da Guerra Fria e da estupidez totalitária dos comunistas soviéticos e alemães. Fotos e mais fotos.
Visitamos também a Nova Sinagoga de Berlim. Não pudemos ver a sala de cultos,mas vimos um museu Judaico além de um documentário sobre Einstein. Quem nos atendeu por lá foi um natural da Guiné-Bissau que, ao ver-nos falar em Português, deu-nos mais atenção.
Também estivemos na Universidade Humboldt de Berlin, onde estudaram Fichte, Hegel, Schleiermarcher, Marx, Engels (éca para esses dois !!!), Einstein, Savigny, Schopenhauer, Max Planck, entre outros.
Ainda visitamos praças, lojas e lanchonetes. Sabem como é, viagem de estudante não permite bem esse negócio de comer em bons restaurantes. Ainda mais em fim de mochilão e em euro.
Não poderia encerrar meu relato de visitas sem mencionar a Catedral de Berlin (Berliner Dom), enorme templo protestante, duma beleza incrível, de nada deixar a desejar a muitas catedrais católicas. (Essa é uma observação importante especialmente para quem conhece a arquitetura protestante por meio de nossas igrejas evangélicas).
Mas, tivemos de voltar. Nossa volta foi corrida, demoramos muito no trem porque o aeroporto ficava muito distante de onde estávamos. Ficava no fim da linha do trem. O que tornou o trajeto mais animado foi a companhia duma senhora paulistana que morava em Berlim há já alguns anos. Ela não falava nem inglês nem alemão,o que me surpreendeu muito, mas dizia que isso não lhe trazia muitos problemas. Ainda assim, pretende aprender alemão.
Finalmente, aeroporto! Passamos pela inevitável burocracia, relaxamos um pouco na sala de espera e embarcamos. Relax no vôo. Madrid, Barajas, direto para a estação Conde de Casals. Esperando o ônibus, comendo um bocadillo de chorizo, uma coca-cola e algo mais, subimos ao ônibus e seguimos para Salamanca. Passadas as chatíssimas 2 horas e meia de viagem deixamos nossas coisas em casa, trocamos de roupa e fomos ansiosos para curtimos novamente a noite na nossa querida Salamanca.
Finalmente, Berlim, a capital da República Federal da Alemanha. Nosso último ponto num mochilão que parecia mais não ter fim. Já estávamos no finalzinho de novembro, mas não me lembro em qual dia realmente chegamos. Lembro-me bem de que estávamos cansados, felizes, mas cansados, já com bastante vontade de retornarmos à Salamanca. Mas não perderíamos Berlim. Queríamos conhecer-la bastante, e capitais são do molde a serem cidades interessantes.
E, de fato, foi. Chegamos mesmo a considerar Berlim como a cidade mais interessante quer havíamos então conhecido, lugar antes reservado à Amsterdã.
Chegamos à capital alemã pela noite. Na estação de trem,um episódio insólito: um mendigo (sim,a Europa tem mendigos,embora muito menos do que o Brasil) veio nos pedir dinheiro. Em alemão, naturalmente. Meu amigo respondeu, em inglês, que não falava alemão e o pedinte, prontamente, refez seu pedido - em inglês! Ficamos boquiabertos com o que vimos. Meu amigo não teve saída senão atender ao pedido do mendigo.
Fomos em busca do nosso hotel. Era, para variara, um pequeno e simples hotel, localizado na parte leste da cidade, na antiga Berlim Oriental. Perceptível é o desnível entre as duas partes da cidade outrora dividida. Sim, a parte leste é bem mais pobre a atrasada do que a parte oeste.
Berlim, a segunda cidade mais populosa da União Européia é, de fato, maravilhosa. Seu enorme tamanho não constitui, porém, obstáculo a quem a deseja conhece-la a pé. A cidade é bem sinalizada, dispõe de um ótimo sistema de metrô, além de ter um povo bastante educado e prestativo. Isso tornou mais fácil seu desbravamento.
Conhecemos, como não poderia deixar de ser, o Reichstag, o prédio do parlamento alemão, que agora, como instituição, chama-se Bundestag. Belíssimo,imponente, foi destruído por Hitler nos anos 30 e posteriormente reconstruído.Ironicamente, a alguns metros dele, estão as ruínas do bunker no qual o Führer se suicidou em 1945. Do alto do Reichstag se pode ter uma belíssima vista panorâmica da cidade.
Conhecemos também o Monumento à Vitória , maravilhoso obelisco coma imagem da Vitória no topo, que fica na mesma avenida (embora bem afastada) que nos leva diretamente ao Portão de Brandemburgo (Brandenburger Tor),visita obrigatória em Berlim. É um enorme Arco do Triunfo, constituído de 12 colunas ao estilo dórico, 6 em cada lado. Seu desenho é baseado no Propileus da Acrópole de Atenas. O Portão foi testemunha de uma série de eventos históricos, como a invasão napoleônica, a ascensão do nazismo e o muro de Berlin, que passava há poucos metros dele. Na lojinha do Portão,comprei uma lasquinha do Muro (não podia perder essa oportunidade histórica, também tenho meu lado consumidor,não?).
Passamos também pela Igreja Memorial Kaiser Wilhelm, igreja destruída na II Guerra Mundial que desse modo permaneceu como lembrança dos horrores da Guerra.
Ainda nos Horrores da Guerra, não deixamos de visitar o Monumento ao Holocausto, construído já no século XXI. São vários blocos de concreto dispostos de forma semelhante a um labirinto. A sensação de estar dentro dele é triste, abatedora. Mas ele possui também um museu subterrâneo com muitas informações sobre o Holocausto em vários países da Europa.
Visitamos ainda, e sem dúvida visitaríamos, os restos do muro de Berlim. Não existe quase nada mais dele por lá, apenas uns restos miseráveis e pouco sinalizados. Pude constatar ao vivo talvez o maior símbolo da Guerra Fria e da estupidez totalitária dos comunistas soviéticos e alemães. Fotos e mais fotos.
Visitamos também a Nova Sinagoga de Berlim. Não pudemos ver a sala de cultos,mas vimos um museu Judaico além de um documentário sobre Einstein. Quem nos atendeu por lá foi um natural da Guiné-Bissau que, ao ver-nos falar em Português, deu-nos mais atenção.
Também estivemos na Universidade Humboldt de Berlin, onde estudaram Fichte, Hegel, Schleiermarcher, Marx, Engels (éca para esses dois !!!), Einstein, Savigny, Schopenhauer, Max Planck, entre outros.
Ainda visitamos praças, lojas e lanchonetes. Sabem como é, viagem de estudante não permite bem esse negócio de comer em bons restaurantes. Ainda mais em fim de mochilão e em euro.
Não poderia encerrar meu relato de visitas sem mencionar a Catedral de Berlin (Berliner Dom), enorme templo protestante, duma beleza incrível, de nada deixar a desejar a muitas catedrais católicas. (Essa é uma observação importante especialmente para quem conhece a arquitetura protestante por meio de nossas igrejas evangélicas).
Mas, tivemos de voltar. Nossa volta foi corrida, demoramos muito no trem porque o aeroporto ficava muito distante de onde estávamos. Ficava no fim da linha do trem. O que tornou o trajeto mais animado foi a companhia duma senhora paulistana que morava em Berlim há já alguns anos. Ela não falava nem inglês nem alemão,o que me surpreendeu muito, mas dizia que isso não lhe trazia muitos problemas. Ainda assim, pretende aprender alemão.
Finalmente, aeroporto! Passamos pela inevitável burocracia, relaxamos um pouco na sala de espera e embarcamos. Relax no vôo. Madrid, Barajas, direto para a estação Conde de Casals. Esperando o ônibus, comendo um bocadillo de chorizo, uma coca-cola e algo mais, subimos ao ônibus e seguimos para Salamanca. Passadas as chatíssimas 2 horas e meia de viagem deixamos nossas coisas em casa, trocamos de roupa e fomos ansiosos para curtimos novamente a noite na nossa querida Salamanca.
* Por meio da comentarista Déia, tomei conhecimento de quie o autor da incêndio do Reichstag foi, de fato, um comunista, holandês, Martin Van der Lubbe. Podem checar a informação aqui: < http://www.spartacus.schoolnet.co.uk/GERlubbe.htm > e aqui < http://en.wikipedia.org/wiki/Marinus_van_der_Lubbe >.
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