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!DOCTYPE html PUBLIC "-//W3C//DTD XHTML 1.0 Strict//EN" "http://www.w3.org/TR/xhtml1/DTD/xhtml1-strict.dtd"> Nova Mensagem: 10 Anos de O Indivíduo

Nova Mensagem

Fábio V. Barreto

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quarta-feira, dezembro 26, 2007

10 Anos de O Indivíduo

Sei que já escrevo isso com mais de um mês de atraso, mas penso que eu não poderia deixar tal fato passar em branco. Até pensei em deixar para lá, mas algo me dizia que eu deveria escrever, mesmo com uma demora indesculpável. Pois bem, falarei dos 10 anos do site O Indivíduo.

Em 1997, quatro estudantes da PUC do Rio de Janeiro – Pedro Sette Câmara, Sérgio de Biasi, Álvaro Velloso de Carvalho e José Roberto de Barros – resolveram lançar um jornal por conta própria, na universidade, com textos escritos por eles mesmos, sobre o que julgassem relevante. O jornal, batizado por eles de O Indivíduo, tinha como linha central a defesa da individualidade contra a tirania coletivista, fosse ela de qualquer matiz possível. Só isso. Nenhum programa político ou cultural mais definido guiava o periódico, sendo admitidas quaisquer divergências possíveis entre os mesmos editores. E essas divergências, de fato existiam, e em nada empobreceram o site. Muito pelo contrário. Tal linha transpareceu claramente no editorial:


É bom avisar logo que, num jornal que se chama O Indivíduo, este editorial do número zero vai ser a única coisa escrita de forma dita “impessoal”. Ou melhor: vai ser assinado por quatro pessoas, nós quatro que formamos o conselho editorial deste jornal. Porque neste jornal deve imperar o estritamente pessoal, pensado e escrito por um indivíduo sozinho.

Isto está fundamentado na nossa crença no indivíduo. Num tempo em que se fala muito em coletividades, nos “excluídos”, nos “sem-alguma coisa”(e todos somos sem alguma coisa…), no velho “proletariado”, nas “forças populares”, na “juventude”, na “geração cara-pintada”, nas “tribos” e tudo mais, nós queremos nos dirigir ao ser humano sozinho, de um para um. Porque é assim que as coisas são. Individuais.


No primeiro número do jornal, Álvaro escreveu um texto sobre a verdadeira função do intelectual, baseado nas idéias de Julien Benda; José Roberto Barros escreveu sobre o homossexualismo a partir de uma ótica evolucionista e Sérgio de Biasi, um texto sobre as relações entre Filosofia e Ciência. Mas o que mais chamou atenção para o jornal – e deu origem à confusão que expôs a patrulha ideológica comum nas universidades brasileiras e deu mais visibilidade a O Indivíduo - foi o artigo “A Negra Noite da Consciência”, escrito por Pedro Sette Câmara. Tomando como motivo imediato a celebração do “Dia da Consciência Negra”, Pedro fez uma crítica firme e justa à estapafúrdia idéia de “consciência negra” e ao sistema de cotas para negros nas universidades. Foi o que bastou para que muitos na PUC e na imprensa se levantassem contra os rapazes para tachá-los de “racistas”, “fascistas”, e outros qualificativos pejorativos. Era inteligência e independência demais para essa gente.

Mas eles acabaram por não ficar sozinhos: em seu favor se manifestaram, entre outros, Carlos Heitor Cony, Miguel Reale e Olavo de Carvalho (aliás, conheci o site por intermédio dele). Defenderam corajosamente a iniciativa dos quatro estudantes contra a polícia do pensamento que se erguia com o intuito de intimida-los e destruir-lhes o crédito. No próprio site existem vários textos relatando o episódio, bem como no site do Olavo de Carvalho e em seu livro O Imbecil Coletivo II.

O jornal prosseguiu. José Roberto de Barros saiu logo após a polêmica, permanecendo os outros três. Desde então O Indivíduo mudou muito, converteu-se logo num jornal virtual que contou com a colaboração de várias outras pessoas (Alceu Garcia, Marcello Tostes, Martim Vasques Cunha, Miguel Gustavo Lopes Kfouri, entre outros), além de apresentar textos de muitos autores em forma de links, especialmente norte-americanos, como Hans-Hermann Hoppe, Lew Rockwell, Joseph Sobran, Taki, Patrick Buchanan, Gary North, Justin Raimondo, etc. Além desses, também se lia Olavo de Carvalho e outros autores de várias áreas e nacionalidades.

Depois de vários anos na internet, ele transforma-se num blog, mantendo a alta qualidade que já tinha e apresentando mais textos dos próprios editores (especialmente os de Pedro Sette Câmara) do que links para sites americanos. Está cada vez mais propositivo e voltado mais para temas culturais do que políticos.

Apesar das divergências que se possam ter em relação ao que é publicado no site (e eu, muito leitor d’O Indivíduo, tenho várias), é forçoso reconhecer que ele desempenhou um papel cultural importante no Brasil. Junto com o site do Olavo de Carvalho e os Wunderblogs, O Indivíduo abriu um novo universo de possibilidades culturais, especialmente para aqueles que estão cientes das possibilidades que a internet tem a oferecer. Uma variada gama de autores, sites, livros, idéias políticas, filosóficas, religiosas e literárias foi e ainda é apresentada neste site. Pode-se dizer que eles ajudaram a “reforçar” a direita brasileira, ainda em larga escala restrita à internet, mas, mais do que isso, fizeram com que a internet brasileira desse um grande salto de qualidade cultural, o que é mais importante do que qualquer proselitismo político.

Para os que crêem que as coisas podem ser melhores do que são – incluindo aí os que julgam essa melhoria a formação de um punhado de pessoas mais honestas e cultas – a década completada por O Indivíduo é motivo de grande felicidade. A inteligência, a honestidade e a coragem de Pedro, Álvaro e Sérgio devem servir de inspiração aos que buscam ir além da mediocridade tão presente. Não tenho dúvidas que esses rapazes lutaram e ainda lutam o bom combate.

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