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!DOCTYPE html PUBLIC "-//W3C//DTD XHTML 1.0 Strict//EN" "http://www.w3.org/TR/xhtml1/DTD/xhtml1-strict.dtd"> Nova Mensagem: Direitista Tupiniquim???

Nova Mensagem

Fábio V. Barreto

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sexta-feira, março 31, 2006

Direitista Tupiniquim???

Post de uma "liberal" no Orkut. Tao absurdo que nao me alongarei em introduzi-lo. o comentário de cada ponto falará por si próprio:
Direitista tupiniquim

Direitista tupiniquim em 10 pontos
1. O direitista brasileiro louva e idolatra o mercado, mas curiosamente pouquíssimos espécimens dessa turma se estabeleceram no mercado com o próprio trabalho. É mais comum que herdem um negócio do pai, recebam via jabaculê o emprego que terão pelo resto da vida ou, mais comum ainda, que concluam a quarta década de vida morando com a mãe e tomando toddyinho.

De onde a autora tira tal afirmaçao? Baseada em quê? Em todo caso, que tem de “antidireitista” herdar algo? Jabaculê? Isso é coisa de lulistas. No mais, só um insulto, que nada tem a comprender.

2. O direitista tem verdadeiro ódio da MPB. Vocifera, por exemplo, contra o silêncio de Chico Buarque sobre o caixa dois do PT, ao mesmo tempo em que idolatra pop stars americanos que silenciam sobre o genocídio no Iraque. Faz sentido: ...as áreas nas quais, em quantidade e em qualidade, o Brasil tem a mais respeitável produção do mundo desmentem a ficção auto-depreciatória com que o direitista tupiniquim transfere para o país o seu incômodo consigo mesmo.

Ódio à MPB? Muitos direitistas que conheço fazem sim críticas muito fortes às opinioes políticas de alguns mestres da MPB, normalmente defendendo ideáis e políticas socialistas e autoritarias, a despeito de se proclamarem democratas. À música, em si, é apreciada por quem dela gosta, em nada influindo suas ideáis políticas. Eu mesmo sou um admirador de Caetano Veloso e Djavan.

3. O direitista tupiniquim tem pânico de discutir questões relacionadas a raça e etnia. Quando aflora qualquer conversa sobre a discriminação racial ou sobre o lugar subordinado do negro na sociedade, ele raivosamente acusa os interlocutores de estarem acusando-o de racista. Para essa “vestida de carapuça” Freud inventou um nome: denegação. É a atitude preferida do direitista quando o tema é relações raciais.

Mais uma vez, conversa fiada. Direitistas discutem quesotes raciais sim, apenas discrepam das opinioes esquerdistas. Negam, na gigantesca mayoría das vezes, o tal do “racismo camuflado” que a esquerda diz existir no Brasil. Ora, se se afirma a democracia racial brasileira, ao mesmo tempo que poe a questao racial do Brasil superior, do ponto de vista social e moral, à americana, por exemplo, como dizer que “têm fobia a discutir questoes raciais”?

4. O direitista brazuca adora declarar-se “liberal”. Sonha com o capitalismo preconizado por Adam Smith, quem sabe nalguma ilha onde ainda exista “livre competição pelo mercado”. Afinal de contas, no capitalismo realmente existente o que vemos são quatro megaconglomerados controlando toda a indústria musical do mundo, ricos impondo barreiras e tarifas aos produtos dos pobres, oligopólios praticando dumping, guerras de rapinha para saquear petróleo dos outros. Ao ser confrontado com esses fatos, o máximo que o direitista aceitará é que no “verdadeiro” liberalismo essas coisas deverão ser “corrigidas”. Talvez no dia em que o direitista consiga impor seu modelo de capitalismo à ilha de Robinson Crusoé.

Papo furado. Mises já mostrou bem que no mundo o liberalismo nunca foi posto totalmente em prática. Tarifas protecionistas, OMC, subsídios à agricultura nada têm de “liberais”. Têm suas origens em idéias nacionalistas, socialistas, social-democratas, populistas. Nada a ver com o Liberalismo, além de ser mais uma justificativa para o gigantismo estatal.

5. Por alguma razão, o direitista brasileiro sente-se profundamente incomodado com o cinema iraniano. Talvez, se a história do menino que perdeu um sapato fosse contada em inglês, com um orçamento milionário, dois personagens maniqueistamente representando o bem e o mal, algumas explosões e um final bem moralista, o direitista tupiniquim o saudaria como uma pérola.

Mera bobagem antiamericana. A história descrita seria boba em qualquer língua, com qualquer orçamento.

6. O direitista tupiniquim adora lamber as botas de Bush. Numa época em que até vozes do conservadorismo tradicional norte-americano reconhecem o caráter da mentirada sobre a qual se sustenta Bush, o direitista daqui ainda defende o genocídio praticado pelos EUA no Iraque.

Parte da direita brasileira tem grande admiraçao por Bush, mas nada de lamber-lhe as botas. Mesmo alguns desses o criticam quando o vêem erros no presidente americano.
A autora (vejam que sou muito respeitoso para com quem escreve essa bobagem) esquecem que há, no Brasil, tb, uma directa que rejeita Bush. Mas talvez ela nunca tenha ouvido falar de sites como o Blog O Indivíduo, por exemplo.
Genocidio? O genocidio é definido, jurídicamente, como o extermínio de um povo por razoes raciais ou religiosas. Pode ela provar que os EUA estao exterminando o povo iraquiano?

7. O direitismo brasileiro costuma ser um grande clube do Bolinha. Tem verdadeiro pânico das mulheres, especialmente das mulheres fortes, seguras, profissionalmente bem-sucedidas. Estas últimas costumam ter o poder de fazer até mesmo do blasé um raivoso.

Tem muito o que dizer dessa bobagem? Direitista é quem quer, quem adere ao pensamento de direita, nao importa se homem ou mulher.
Quanto ao pânico: bem, se ela quiser, podemos nos encontrar, e aí ela dirá se direitistas nao gostam de mulheres.

8. Os direitistas tupiniquins em geral se dividem em dois grupos: os raivosos e os blasé. Aqueles vociferam em blogs, lançam insultos, ordenam que os adversários se mudem para Cuba. Reagem histericamente à própria infelicidade. Os blasé, em busca de uma elegância copiada de algum filme gringo, intercalam em suas frases expressões inglesas já completamente fora de uso. Reagem esquizofrenicamente à sua infelicidade, à sua incapacidade de reconciliarem-se com o que são.

Besteirol trasvestido de psicanálise. Mas, observe: criticar, agora, é vociferar de ódio. Isso, claro, se a crítica é direcionada à esquerda.

9. O direitista brazuca sofre de profunda nostalgia. Entende-se: ele um dia teve Carlos Lacerda e Paulo Francis. Hoje deve contentar-se com Diogo Mainardi e outros funcionários da Veja. Ou seja, já completa uma geração em total orfandade de gurus. Andam tão carentes que seu mais novo mestre é um auto-intitulado "filósofo" de cujo trabalho nenhum profissional de filosofia jamais ouviu falar.

De fato, nao há uma corrente intelectual de Direita no Brasil atual, mas apenas umas poucas vozes. Isso, no en tanto, nao debe constituir para o direitista brasílico, motivo de escassez de fontes intelectuais. Como isso pode acontecer numa corrente que têm, em suas fileiras, um Hayek, um Mises, um Adam Smith, um Bastiat, um Miguel Reale, um Chesterton, um César Vidal, um Burckhardt, um Tocqueville, um Paul Jonhson, um Meira Penna, um Voegelin, um Revel, um Besançon, entre tantos outros?
Mainardi, de direita? Talvez. Quais os outros funcionários da Veja? O Tales Alvarenga? Talvez, tb, nada certo. (mania esquerdista de dizer:” a Veja é de direita!”!).
Quanto ao filósofo: essa história de “auto-intiulado” é uma imbecilidade já desmentida há tempos. Quem o assim denominou, pela primeira vez, foi o escritor Jorge Amado. Agora Amado virou tb um “direitista”?
“Profissional de filosofia”: nao sei quanto ao leitor, mas a mim me pareceu semelhante à “profissional do sexo”... Em todo caso, dado o baixíssimo nível do estudeo de filosofia no Brasil, chega a ser uma honra nao ser popular pelas plagas tupiniquins.

10. Ao contrário dos direitistas gringos, europeus ou mesmo mexicanos – virulentamente patrióticos ao ponto da xenofobia – o direitista brasileiro odeia o Brasil. É curioso, porque nenhuma direita traz tantas marcas do seu lugar de origem como a brasileira. Até quando fala de Chesterton.

Que bom que a xenofobia nao é marca da direita brasileira; soubemos herdar a cultura de tolerancia típica do nosso país, aliás, uma das melhores coisas que o Brasil já produziu.
Ódio? Os direitistas brasileiros criticam os vícios brasileiros, nao o Brasil como ente histórico real, nao sua existencia. Por acaso a corrupçao política, a ignorancia do povo, o estatismo, o “jeitinho”, a mediocridade da política ou a desonestidade intelectual e mídiática devem ser poupados por serem “coisas nossas”? Sao nosso “patrimônio nacional”? Se assim é, nao sao os direitistas que odeiam o Brasil...
Chamar isso de “ódio ao Brasil” é como dizer que Eça de Queirós, por exemplo, em suas sátiras, odiava Portugal. Sem comentários a estultície...
Acho que nada mais preciso dizer sobre essa bobagem.
*P.S.: Avisado pelo Jorge Nobre, comunico que o texto é de autoria do professor Idelber Avelar. Claro que isso nao muda o mínimo a imbecilidade do escrito, mas é importante indicar a autoria certa.
 
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