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!DOCTYPE html PUBLIC "-//W3C//DTD XHTML 1.0 Strict//EN" "http://www.w3.org/TR/xhtml1/DTD/xhtml1-strict.dtd"> Nova Mensagem: Social-Democracia

Nova Mensagem

Fábio V. Barreto

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quarta-feira, agosto 03, 2005

Social-Democracia

Na caixa de comentários do Direita, blog do Giovani MacDonald, está ocorrendo um debate interessante sobre a social-democracia. Talvez o debate não seja, na verdade, tão interessante assim, visto a postura de certos membros.No entanto, o tema é deveras instigante.
Não pretendo, obviamente, dar à social-democracia um tratamento analítico completo aqui, mas abordar suas principais características, comentar seus principais exemplos práticos, minha posição à respeito, além de uma sugestão de leituras.

* A Social-Democracia pode ser definida, de maneira simplificada, como uma conjugação das idéias liberal-democráticas com as socialistas. Seu propósito é promover uma conciliação entre a liberdade existente nas sociedades capitalistas democráticas com a igualdade advogada pelos socialistas, dando preferência à atuação reformista nos moldes representativos usuais às mudanças revolucionárias abruptas e violentas, como é praxe entre os

socialistas. Devido à esse aspecto gradualista e avesso à agitação revolucionária,

a social-democracia ganhou muitos adeptos na Alemanha, Hungria, Bulgária, Suécia, França, Inglaterra, Dinamarca, entre outros.


Seu grande teórico foi Eduard Berntein, teórico social alemão que viveu no final do século XIX e início do século XX. Ele criticou uma série de postulados marxistas, entre os quais a necessidade de uma revolução violenta para a implantação do socialismo, a ditadura do proletariado, a estatização vital de todos os meios de produção o empobrecimento fatal dos trabalhadores sob o capitalismo. Em virtude desses posicionamentos, foi duramente combatido por Kautsky e Rosa Luxemburgo, marxistas mais ortodoxos.Bernstein, no entanto, nunca abandonou totalmente o marxismo. Para ele, a social-democracia deveria funcionar como a ante-sala do socialismo, instaurando-o por outros meios que não os advogados por Karl Marx; por meios pacíficos e graduais.

No Congresso de Frankfurt, realizado pelos social-democratas alemães em 1951, foram decididos os seguintes pontos como fundamentais do programa social-democrata:
1)Rejeição dos métodos revolucionários em favor da atuação em coalizões político eleitorais.
2) Partido de todo o povo, e não apenas do proletariado.
3)Socialismo e Democracia são inseparáveis.
4)A nacionalização da economia não mais deve ser prioridade no socialismo.
5)Oposição às ditaduras e aos totalitarismos.
Pode-se citar, além desses, como características do programa político social-democrata, a regulação legislativa ostensiva da propriedade privada, a existência de uma forte carga tributária, defesa intransigente do welfare state, burocratização elevada do Estado.


Com o tempo, a social-democracia foi se modificando no sentido de abraçar as causas tipicamente modernistas, como o multiculturalismo, o feminismo, as direitos homossexuais, políticas favoráveis à imigração (fronteiras abertas)e o fortalecimento de organismos supranacionais.


Entre os políticos que se filiam à essa linha ideológica, podem ser citados Fernando Henrique Cardoso, Mário Covas, José Serra, Geraldo Alckmin (Brasil), Willy Brandt e Gehrardt Schroeder (Alemanha), François Mitterrand e Lionel Jospin (França), Mário Soares (Portugal), Raúl Alfonsín (Argentina), Felipe González (Espanha), entre tantos outros. Os últimos governantes dos países escandinavos, em geral, são social-democratas.

*
Quando se fala em social-democracia, é normal pensar-se logo nos países escandinavos. Eles levaram esse modelo mais a fundo no que diz respeito à sua aplicação prática.Sobre eles discorrerei agora, especialmente sobre a Suécia, país do qual disponho de mais informações.
O modelo sueco- por alguns chamado de socialismo sueco- foi possível devido à uma série de fatores próprios da formação histórica da Suécia. Esse país esteve isolado do resto da Europa durante a Antigüidade e a Idade Média, herdando, então, poucos aspectos das culturas greco-romana e católica. Além disso, não sofreu a acentuada fragmentação política do feudalismo vigente na Idade Média, o que proporcionou ao Estado sueco meios quase ilimitados de expansão e, conseqüentemente, de centralização político-administrativa (para se ter uma idéia, já no século XVI, o rei Gustavo Vasa havia instituído uma burocracia poderosa cerca de 300 anos antes do governo ultracentralizador de Napoleão Bonaparte).Quando da Reforma, com a frouxa influência católica na Suécia, seus nacionais facilmente aderiram ao luteranismo e logo foi instituída uma igreja nacional, sem que houvesse por isso grandes reações católicas

como em outros países europeus.


Dessa forma , a Suécia foi se moldando para ser um país onde o Estado é o grande com

andante da vida nacional, não sobrando muito espaço para a atuação dos indivíduos e do

s grupos intermediários. Assim, quando os social-democratas foram eleitos, em 1937, e pus

eram em prática seu programa político, não causou muito estranhamento a ninguém. Os suecos já estavam acostumados a serem comandados pelo Estado, e o controle estatal tornou-se cada vez mais detalhista, descendo à legislação de uma série de aspectos da vida privada.

Em troca desse controle, o Estado oferece uma ampla rede de serviços sociais (educação, transporte, saúde,etc), além de uma desbragada liberdade (ou licenciosidade) sexual. O preço que os suecos pagam pela segurança e o conforto material é a renúncia a uma vida com baixo controle governamental. Levam uma vida basicamente padronizada.
No entanto, em 1991, esse modelo dava sinais graves de cansaço. A carga tributária suec

a era de 54% do PIB. Um terço dos trabalhadores do país era constituído por fun

cionários públicos. O desperdício de recursos e os rodeios intermináveis da burocracia eram asfixiantes. Em decorrência disso, os social-democratas acabaram deixando o poder naquele ano, depois de 54 anos ininterruptos. No entanto, devido à tradição estatal sueca, eles voltaram ao co

mando nacional em 1994.

*

O que penso disso tudo? Bem não deve ser um segredo muito grande. Sou contrário à social-democracia e, conseqüentemente, ao Estado por ela defendido. Ela, sob a alegação de se opor à violência e de promover a “justiça social” (seja lá o que isso for), enfraquece a sociedade

economicamente (por regular em demasia a vida econômica e tributar ao extremo, dific

ultando a opção dos indivíduos e empresas a decisão de como investir seu capital), socialmente (ao assumir as responsabilidades de manuntenção dos indivíduos e dos grupos associativos, o Estado termina por infantilizar-los, tornando-os eternamente dependentes do paternalismo burocrático) e moralmente (permissivismo moral oficializado, aliado a um desprezo à valores tradicionais e à crença de que o governo pode tirar de quem tem para dar à quem não tem). Politicamente, fortalece-se, mas seu fortalecimento é nada mais do que o recrudescimento do poder coercitivo do Estado, o que todo defensor da liberdade, como eu, deve se opor da maneira mais veemente.

*

O assunto é deveras vasto e, como disse não o pretendo esgotar-lo aqui. Segue-se algumas leituras que podem auxiliar-los a entender o assunto:
*Dicionário de Política (José Pedro Galvão de Souza et alli.) T.A. Queiroz Editor



 
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